O mundo árabe está bem mais próximo do Brasil do que
se imagina.
A influência abrange o idioma e a gastronomia.
Mais recentemente, a cultura árabe recebeu forte impacto dos fluxos migratórios percebidos antes mesmo de 1850. Na primeira metade do século XX, ao término da Primeira Guerra Mundial, o Brasil tornou-se destino de imigrantes da região onde hoje se encontram Palestina, Síria, Líbano e Jordânia.
As famílias árabes se fizeram presentes em áreas
importantes da sociedade, assim como na política, na educação universitária,
nas artes, nas ciências e no comando de grandes empresas.
No ano passado, a Câmara de Comércio Árabe-Brasileira divulgou os resultados de uma pesquisa que reforçam a influência árabe no Brasil.
Dos 11,6 milhões de árabes-brasileiros, 29% são de origem libanesa, 13% da Síria, 6% do Marrocos, 5% da Palestina e 5% do Egito. Em sua maioria, os árabes que migraram para o Brasil vieram com a justificativa de “buscar uma vida melhor”. No campo da educação, eles costumam apresentar alto nível de escolaridade. Por isso, realizam tarefas de destaque no direito, na medicina, na engenharia e a frente de empresas.
A gastronomia árabe, neste âmbito, tem forte peso. Em
nosso país, pratos famosos, como esfiha, tabule, quibe e grão de bico, entre
outros, ganharam o paladar do brasileiro.
Ser árabe ou descendente de árabe é
motivo de orgulho.
Segundo a pesquisa da Câmara
de Comércio Árabe-Brasileira, 94% dos integrantes da comunidade árabe-brasileira
reconhecem suas origens árabes; destes,48% dizem ser árabes. Das cinco gerações
árabe-brasileiras presentes no Brasil, somente a última mostra interesse
reduzido em relação à identidade cultural ou ao sentimento de integração com a
história e as tradições árabes.Para o embaixador Qais Shqair, chefe da Missão Permanente da Liga dos Estados
Árabes no Brasil, a promoção do ensino da língua árabe e a valorização da
cultura árabe são essenciais para a preservação da herança árabe no Brasil e
para o fortalecimento dos elos entre os dois povos.
O diplomata defende a aposta em projetos e em ações culturais por parte do setor privado como o meio mais fácil para fortalecer a difusão da cultura árabe.
Shqair explica que isso traz benefícios ao Brasil e às nações árabes, com o fortalecimento das relações diplomáticas; e à sociedade, que ganha um vasto e extraordinário universo cultural a ser desvendado. Nesse ponto, ele entende a parceria público-privada como fundamental.
0 Comentários